Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil

Com grandes chances de cura, câncer infantil tem como desafio o diagnóstico precoce

Dra. Lilian Maria Cristofani, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e oncologista pediatra no Sírio-Libanês.

Você sabia que cerca de 80% dos casos de câncer na infância e na adolescência têm cura?

O maior desafio para enfrentar a doença durante esse período da vida, no entanto, é conseguir diagnosticá-la precocemente. Por conta disso, organizações não governamentais de vários países criaram em 2001 o Dia Internacional de Luta contra o Câncer na Infância, lembrado sempre em 15 de fevereiro por meio de ações de conscientização sobre a doença.

​​​“Esta data é muito importante para chamar a atenção de pais e médicos, principalmente os pediatras, sobre a existência do câncer infantil”, afirma a dra. Lilian Maria Cristofani, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e oncologista pediatra no Sírio-Libanês.

Mitos sobre o câncer na infância

Algumas pessoas dizem que o “bate-bola” ou “bolimbolacho”, um brinquedo em que duas bolas de plástico maciço se batem e dão a volta numa cordinha e batem de novo, podem causar câncer.

Mas segundo a dra. Lilian, isso é mito. Essa lenda pode ter surgido pelas lesões provocadas pelas batidas das bolinhas no braço, formando pequenas manchas rochas, o que poderia ser associado a um dos sinais do câncer infantil.

Também é mito a ideia de que esquentar comida no micro-ondas, falar muito ao celular e morar perto de alguma antena de transmissão de sinal de celular aumentem as chances de desenvolver câncer.

“Existem vários estudos feitos com populações nessas condições de vida e nenhum até o momento demonstrou risco diferente para câncer”, comenta a médica.

Como os casos de câncer em crianças e adolescentes de até 12 anos de idade não são tão comuns — cerca de 1% do total de casos —, a maioria dos pais e médicos não pensa que seus filhos ou pacientes podem estar com a doença. Além disso, os principais sintomas de câncer infantojuvenil são similares a outros problemas frequentes nessa fase da vida, como febre persistente, manchas rochas pelo corpo, gânglios e dores nos ossos ou no abdômen. ​​​

​​​Entre os tipos de câncer mais comuns na infância, estão as leucemias, responsáveis por aproximadamente 25% dos casos; seguidas pelos tumores no sistema nervoso central, que somam cerca de 20%. Outros tipos de câncer também frequentes são os linfomas e os tumores ósseos, ambos mais comuns nos adolescentes. Observam-se ainda nas crianças e adolescentes tumores do sistema nervoso periférico (frequentemente de localização abdominal), tumores de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos) e sarcomas (tumores de partes moles).

Diferentemente do que ocorre com a maior parte dos casos de câncer em adultos, o crescimento anormal das células em crianças e adolescentes se dá por mutações espontâneas e não decorrentes de ações ambientais. Por serem geralmente tumores embrionários, os cânceres infantis respondem melhor ao tratamento. “Sabemos que ainda existe muito medo no diagnóstico do câncer, sobretudo nas crianças, mas é melhor descobrir logo, pois as chances de cura são grandes”, ressalta a dra. Lilian. ​​​

Tratamento multiprofissional e especializado​​​

Embora os médicos tenham um papel central e decisivo ao longo de todo o tratamento oncológico, outros profissionais são fundamentais para garantir a qualidade da assistência. No Sírio-Libanês, equipes especializadas de enfermagem, farmácia, nutrição, fisioterapia, odontologia, terapia ocupacional, psicologia, entre outras, unem esforços para dar a cada criança ou adolescente com câncer o melhor tratamento possível.​​​

“Crianças não são adultos pequenos e adolescentes não são crianças grandes. Temos que tentar reconhecer as particularidades de cada paciente para assim ajudá-los no enfrentamento da doença”, explica a dra. Lilian Maria Cristofani.​​​

Em geral, inicia-se o tratamento do câncer em crianças e adolescentes com quimioterapia, por ser menos tóxica que a radioterapia e por obter bons resultados. Mas, quando é necessário o uso da radioterapia, o Sírio-Libanês dispõe de um tipo de aparelho inteligente, usado principalmente em casos de câncer no sistema nervoso central, que consegue enviar radiação com precisão ao tumor. Conhecido por “radioterapia conformada”, esse moderno tratamento tem ajudado a tratar o câncer com menos efeitos colaterais que a radioterapia convencional em várias crianças e adolescentes.​​​

O Sírio-Libanês está habilitado também para realizar transplantes de medula óssea em crianças com poucos meses de vida e a vacinar pessoas com câncer de todas as idades. Como não é qualquer vacina que pode ser aplicada nas pessoas com câncer devido ao enfraquecimento do sistema imunológico, os profissionais do Centro de Imunizações do Sírio-Libanês analisam caso a caso para saber se há riscos acrescidos de reação com a vacina ou se o produto imunizante pode interferir no tratamento oncológico. ​​​

O Centro de Oncologia do Sírio-Libanês conta com um Hospital-Dia ​oncológico. Aberto todos os dias da semana, esse serviço oferece tratamento e atendimento assistencial exclusivo para as pessoas com câncer de todas as idades, evitando que elas tenham contato com possíveis doenças infecciosas no Pronto Atendimento comum.​​​

Fonte: Hospital Sírio Libanês

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